O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, conhecido como TDAH, é um transtorno neurobiológico genético que aparece na infância mas pode persistir na vida adulta. Ele afeta:
Ele ocorre especialmente em crianças, mas pode persistir na vida adulta.
Segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), a prevalência global do transtorno está entre 5% e 8%.
No Brasil, cerca de 2 milhões de adultos vivenciam os sintomas associados ao TDAH, especialmente aqueles que não recebem um diagnóstico e tratamento apropriados.
As principais características do TDHA são: a desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Desatenção
Pessoas com TDAH tendem a se distrair facilmente por estímulos externos, o que pode resultar em erros frequentes e procrastinação. Elas podem ter dificuldade em organizar suas atividades e frequentemente parecem esquecer compromissos, tarefas ou responsabilidades importantes.
Hiperatividade
Uma característica-chave, especialmente em crianças, reflete a inquietação, fala excessiva e dificuldade de permanecer parado. Embora a hiperatividade tende a ser mais evidente em crianças, adultos podem sentir uma inquietação interna
Impulsividade
Refere-se a uma tendência em agir de forma precipitada. Pode levar a comportamentos de risco sem pensar nas consequências, a gastar dinheiro sem necessidade, interromper as pessoas durante uma conversa (completar frases), além de uma grande intolerância a frustrações.
As causas exatas ainda não são completamente compreendidas, e envolvem uma combinação complexa de fatores genéticos, neurobiológicos e socioambientais.
Diferentes indivíduos, sejam crianças ou adultos, podem apresentar combinações únicas de fatores de risco. Segundo a ABDA, alguns dos principais fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do TDAH incluem:
Genética: Existe um forte componente genético no TDAH, ou seja, o transtorno tende a ocorrer em famílias. Certas variações genéticas podem aumentar o risco de desenvolver o transtorno, se um membro da família tem, há uma maior probabilidade de outros membros da família também apresentarem a condição.
Desequilíbrio Neurotransmissor: Alterações nos neurotransmissores (substâncias químicas cerebrais) que regulam funções executivas, como dopamina e noradrenalina, podem desempenhar um papel no TDAH.
Fatores Neurobiológicos: Estudos indicam que diferenças estruturais e funcionais no cérebro de pessoas com TDAH podem afetar áreas relacionadas à atenção, controle impulsivo e regulação emocional.
Fatores Ambientais: Exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez, prematuridade, baixo peso ao nascer, tabagismo e consumo de álcool durante a gestação podem aumentar o risco de TDAH.
Fatores Psicossociais: Traumas na infância, estresse familiar, falta de estrutura e disciplina (famílias disfuncionais) podem influenciar no desenvolvimento e manejo dos sintomas do TDAH.
Sendo um transtorno altamente heterogêneo, os sintomas e a gravidade deles podem variar significativamente de uma pessoa para outra.
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-11), o TDAH é classificado em três tipos:
Na classificação desatenta, todos os critérios para transtorno de déficit de atenção / hiperatividade são preenchidos e os sintomas de desatenção são predominantes na apresentação clínica. Desatenção se refere à dificuldade significativa para sustentar a atenção em tarefas que não oferecem um nível elevado de estímulo ou recompensas frequentes, distratibilidade e problemas com organização. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade também podem estar presentes, mas não são clinicamente significativos em relação aos sintomas de desatenção.
Na classificação hiperativa-impulsiva, todos os critérios para transtorno de déficit de atenção / hiperatividade são preenchidos e os sintomas de hiperatividade-impulsividade são predominantes na apresentação clínica. Hiperatividade se refere à atividade motora excessiva e dificuldade em ficar parado, mais evidente em situações estruturadas que requerem autocontrole do comportamento. Impulsividade é a tendência a agir em resposta a estímulos imediatos, sem deliberação ou consideração de riscos e consequências. Alguns sintomas de desatenção também podem estar presentes, mas não são clinicamente significativos em relação aos sintomas de hiperatividade-impulsividade.
Na classificação combinada, todos os critérios para transtorno de déficit de atenção / hiperatividade são preenchidos. Tanto os sintomas de desatenção, quanto os de hiperatividade-impulsividade são clinicamente significativos, sem predomínio de nenhum deles na apresentação clínica.
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o TDAH em adultos é uma continuação do transtorno na infância. O transtorno, no entando, pode manifestar-se de maneira diferente em crianças e adultos devido às diferentes demandas e responsabilidades que cada grupo enfrenta em suas vidas.
Por exemplo, em crianças, os sintomas de hiperatividade, como inquietação excessiva, dificuldade em permanecer sentado e correr ou subir em lugares inadequados, são mais proeminentes. Já em adultos, a hiperatividade pode ser menos visível e pode se manifestar como uma sensação interna de inquietação. Os adultos com TDAH podem não ser fisicamente hiperativos, mas podem ter dificuldade em relaxar ou se sentir constantemente agitados.
De modo geral, a desatenção e a impulsividade são semelhantes, mas os contextos sociais são diferentes. O transtorno em crianças geralmente afeta o desempenho escolar e o relacionamento com colegas e professores. Em adultos, ele pode afetar a carreira, o relacionamento conjugal e familiar, as finanças e a gestão das tarefas diárias.
É comum que o transtorno seja frequentemente identificado na infância devido aos desafios escolares e comportamentais evidentes. Porém, ao persistir, os sintomas podem evoluir ao longo do tempo. A intervenção precoce é particularmente importante em crianças, enquanto a compreensão e o manejo adequado do TDAH em adultos podem ajudar a minimizar o impacto nas áreas da vida afetadas.
O diagnóstico do TDAH geralmente envolve uma avaliação detalhada por profissionais de saúde qualificados, como médicos psiquiatras e psicólogos. Os passos comuns no processo de diagnóstico incluem:
O diagnóstico preciso do TDAH requer uma abordagem cuidadosa e abrangente, levando em consideração a complexidade e a variabilidade dos sintomas apresentados por cada indivíduo. Um diagnóstico adequado é fundamental para o desenvolvimento de um plano de tratamento eficaz, que pode incluir intervenções comportamentais, educacionais e, em alguns casos, medicamentosas.
O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que combina apoio psicológico, medicação (psicoestimulantes) e terapia comportamental.
As principais estratégias de tratamento incluem:
O tratamento ideal para o TDAH é personalizado e pode variar com base na idade, gravidade dos sintomas, presença de condições médicas ou psiquiátricas coexistentes e preferências individuais. A combinação adequada de intervenções comportamentais, educacionais e medicamentosas é frequentemente recomendada para abordar as necessidades específicas de cada pessoa com TDAH.
O TDAH é uma condição crônica que geralmente persiste ao longo da vida e, atualmente, não há uma cura conhecida. No entanto, com tratamento adequado e estratégias de manejo, muitas pessoas com TDAH conseguem gerenciar seus sintomas de maneira eficaz e melhorar significativamente sua qualidade de vida.
O tratamento do TDAH geralmente inclui uma combinação de intervenções comportamentais, educacionais e, em alguns casos, medicamentosas, como descrito anteriormente. Essas abordagens ajudam a reduzir os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, melhorando o funcionamento global do indivíduo em diferentes áreas da vida, como acadêmica, social, profissional e familiar.
É importante ressaltar que o sucesso do tratamento pode variar de pessoa para pessoa, e o manejo do TDAH pode exigir ajustes ao longo do tempo conforme mudam as necessidades e circunstâncias individuais. O diagnóstico precoce, o suporte contínuo e uma abordagem multidisciplinar são fundamentais para otimizar os resultados a longo prazo.
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